sábado, 27 de agosto de 2011

APÓS A QUEDA DE TRÍPOLI: O CAMINHO A SEGUIR PARA A REVOLUÇÃO LÍBIA

(site esquerda marxista)


24/08/2011

APÓS A QUEDA DE TRÍPOLI: O CAMINHO A SEGUIR PARA A REVOLUÇÃO LÍBIA

Alan Woods


Khadafi caiu após Alan escrever este artigo. No entanto isso não invalida em nada seu conteúdo que além de explicar o desenrolar dos acontecimentos, aponta uma saída revolucionária para a luta do povo líbio.

O final veio subitamente e sem aviso. No momento da verdade, o regime de Khadafi caiu como um castelo de cartas.

Na noite passada, as ruas de Trípoli estavam cheias de júbilo enquanto as forças rebeldes ocupavam a Praça Verde em Trípoli. Os rebeldes líbios ondeavam bandeiras da oposição e atiravam para o ar festivamente depois de alcançarem a praça central da capital nas primeiras horas da segunda-feira. Anteriormente a imensa praça era reservada para manifestações cuidadosamente orquestradas em homenagem a Moammar Kadafi. Agora, ela explodiu em festa depois que as forças rebeldes chegaram ao centro da capital líbia.


Na sexta-feira as forças da oposição capturaram Zlitan, a cerca de 80 km ao oeste da capital. Trípoli foi cercada em um movimento de pinças, com as pontas de lança dos rebeldes avançando do leste e do oeste para cortar Trípoli do restante da Líbia. A queda de Zawiya foi um golpe mortal, suprimindo o abastecimento de combustíveis da capital. Este foi provavelmente o momento decisivo que minou completamente o moral dos homens de Khadafi. Apenas o colapso completo do moral pode explicar a aparente ausência de resistência nos últimos dias e como foi relativamente fácil a entrada dos rebeldes no centro de Trípoli.

Ainda na manhã de ontem, a administração Khadafi insistia que lutaria até o final. O filho mais velho do Coronel Khadafi, Seif al Islam, em um discurso televisionado, prometeu que nunca hastearia a “bandeira branca” em Trípoli. Em seguida, mostrando claros sinais de desespero, o governo de Moammar Khadafi declarou sua disponibilidade para se engajar em negociações imediatas com os rebeldes. Quando alguém se encontra a ponto de ser derrotado militarmente, costuma pedir negociações imediatas – embora nada haja para negociar.

O próprio Coronel Khadafi anunciou sua boa vontade para negociar diretamente com a liderança do Conselho Nacional de Transição rebelde, disse o porta-voz Moussa Ibrahim. Depois de semanas e meses de arrogantes discursos sobre lutar até a morte nas ruas de Trípoli, isto soa irônico. Ainda mais irônico: parece que o governo pediu a OTAN para convencer as forças rebeldes a deter o ataque a Trípoli, de acordo com um porta-voz na televisão estatal na noite passada.

Em resposta a esta oferta, a liderança do Conselho de Transição apressadamente anunciou que as forças rebeldes deteriam sua ofensiva se o Coronel Khadafi anunciasse sua demissão. Mustapha Abd El Jalil acrescentou que as forças rebeldes dariam ao Coronel Khadafi e aos seus filhos passagem livre para fora do país. Esta é mais uma prova de que a liderança do Conselho de Transição esteve tentando durante todo este tempo costurar um compromisso imoral com o velho regime.

Contudo, estes sentimentos não são compartilhados pelas forças rebeldes que estão lutando há meses para derrubar Khadafi. Ignorando as hesitações de seus “líderes”, elas apertaram sua ofensiva, varrendo para os lados a resistência ineficaz do exército de Khadafi. No oeste de Trípoli, os rebeldes invadiram o depósito da 32a brigada, comandada pelo filho do Coronel Khadafi, Khamis. No final da noite passada, as forças rebeldes tomaram vários subúrbios, hasteando sua bandeira tricolor nos prédios públicos.

Com impressionante velocidade, os rebeldes avançaram direto ao coração da cidade, aparentemente sem maiores resistências por parte das tropas leais ao Coronel Khadafi. Enquanto os rebeldes se movem para a capital, seus defensores simplesmente desaparecem. Em questão de horas, os rebeldes anunciaram que já tinham tomado toda a capital, exceto o bunker onde presumivelmente se encontra Khadafi.


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