Manuel Gutiérrez, um adolescente de 16 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira, atingido por um tiro, durante confrontos entre manifestantes e a polícia no segundo dia da greve geral convocada pela maior central sindical chilena contra as políticas neoliberais do governo de Sebastian Piñera. Mais de 600 mil chilenos saíram às ruas na maior manifestação de massa do Chile desde a ditadura de Pinochet.
Christian Palma – Correspondente da Carta Maior em Santiago (@chripalma)
Mais de 600 mil chilenos e dezenas de organizações sociais se mobilizaram pelas ruas durante os dois dias de greve nacional, organizados pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), na maior manifestação de massa deste país desde os tempos em que Augusto Pinochet governava o Chile pela força. Com isso, ficou demonstrada a forte convicção do movimento social de seguir adiante para reformar o sistema deixado pelo neoliberalismo da ditadura.
O segundo dia de greve, na quinta-feira, iniciou com uma concentração de quatro marchas que confluíram no centro de Santiago. Ali se reuniram cerca de 400 mil pessoas que armaram um verdadeiro carnaval repleto de cartazes e faixas contra as políticas privatizantes em educação, saúde e fundos sociais. Além disso, exigiram mudanças no mundo do trabalho em defesa dos direitos dos trabalhadores. Foram milhares de bandeiras e faixas com slogans contra o governo e insígnias de colégios, universidades e organizações de trabalhadores. Segundo o presidente da CUT, Arturo Martínez, a paralisação e a mobilização popular envolveram 90 cidades do país.
“Saudamos as centenas de milhares de chilenos e chilenas que se mobilizaram em todo país e manifestaram sua vontade e esperança de construir um Chile distinto. Estamos muito contentes. Temos a esperança de que o governo, após essa mobilização, consiga refletir e abrir conversações com o objetivo de buscar uma saída para a atual situação”, disse Martínez.
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