domingo, 7 de agosto de 2011

Oriente Médio: Começa a Terceira Intifada Palestina

(parte do artigo publicado na revista caros amigos desse mês)

Oriente Médio: Começa a Terceira Intifada Palestina

Por Soraya Misleh

Enviada especial à fronteira em Karameh / Jordânia

No dia 15 de maio último, teve início a terceira intifada palestina (termo árabe que designa levante popular). A data marcou os 63 anos da nakba – como é chamada a catástrofe que se abateu sobre a população local em 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel e, como consequência, houve a expulsão de cerca de 800 mil habitantes nativos do território e a destruição de em torno de 400 aldeias. A limpeza étnica que se abateu sobre os palestinos à época é lembrada anualmente em todo o mundo. Agora em 2011, ergueram sua voz e prometem continuar a se fazer ouvir, a partir das fronteiras com os territórios ocupados ilegalmente pelo Estado sionista, os principais atores da tragédia: os refugiados.

Estima-se que no mundo sejam aproximadamente 8 milhões, incluindo descendentes. Somente nos campos administrados pela UNRWA (agência das Nações Unidas responsável pela assistência a esse grupo nos países árabes e nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Gaza), constituem 4,7 milhões, conforme divulga a organização em seu site. Com a exigência de que se cumpra o direito de retorno – reconhecido inclusive pela Assembleia Geral da ONU através de sua Resolução nº 194, de 11 de dezembro de 1948 –, os jovens que vivem na diáspora, nos destinos vizinhos às terras palestinas, traçaram os rumos da terceira intifada, a qual foi precedida por manifestações menores, em especial nos dois dias anteriores.

O termo foi empregado em outras ocasiões – 1987 e 2000 –, quando explodiu o levante de massas dentro dos territórios ocupados ilegalmente por Israel. Mas há historiadores que afirmam que o evento inaugural teria sido a revolta de 1936 a 1939, contra o então mandato britânico que abria espaço para a leva de imigração sionista, com fins coloniais.

Desta vez, a intifada – que já tem realizado e anunciado outros protestos, como na semana de 3 a 7 de junho – guarda algumas peculiaridades. Começou simultaneamente dentro dos territórios palestinos e nas fronteiras com o Estado sionista, a partir dos países árabes, e consistiu fundamentalmente, em sua fase inaugural, na realização de marchas pacíficas de milhares de pessoas, sobretudo jovens, incluindo muitas mulheres.
A imagem dos protestos – e da repressão a eles – pôde ser vista em todo o mundo, por meio da Internet. Na Síria e no Líbano, segundo um dos organizadores, que utiliza o pseudônimo de Abu Falastin (pai da Palestina), as manifestações somaram em torno de 100 mil pessoas. Franco-atiradores sionistas abriram fogo e mataram, nos dois locais, respectivamente quatro e 11 pessoas. No primeiro país, apesar da violência das forças de ocupação, ao menos um palestino fez cumprir o direito de retorno a sua terra.

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